Atleta olímpico dá exemplo de solidariedade e cuidado no Sol Sertões Kitesurf 2025

A quinta edição do Sol Sertões Kitesurf, maior rally da modalidade no mundo, não foi feita apenas da luta pelas primeiras posições ao longo dos quatro dias (22 a 25/10) de velejo que ligaram Fortim à Praia do Preá, em Cruz, atravessando uma extensa faixa do litoral do Ceará. Também houve espaço para histórias que foram além da competição e exaltaram o aspecto humano e o clima de companheirismo entre os quase 200 inscritos.

O personagem da principal delas é um dos maiores nomes do esporte no país, que já havia demonstrado seu lado solidário em janeiro, ao socorrer uma banhista que se afogava. Desta vez, Bruno Lobo não só se preocupou com a saúde de um rival, como abriu mão da quarta posição final na categoria Pro Masculino para tal.

No sábado (25), último dia de prova, o representante brasileiro na estreia do Kitesurf nos Jogos Olímpicos (Paris’2024) viu as linhas de seu kite se cruzarem com as de Helamã Garrido, nas proximidades de Itarema. Equipado com o capacete, exigido pelo regulamento ad competição, Helamã bateu a cabeça e chegou a perder a consciência por alguns instantes.

O maranhense, que é cirurgião ortopedista, agiu então para, com a ajuda do time de resgate e suporte, retirar o colega do mar. Só então, quando teve a certeza de que tudo estava bem, reparou seu equipamento para retornar à disputa. Foi superado na classificação final pelo conterrâneo Breno Macedo mas, ainda assim, garantiu seu lugar no pódio, com o quinto lugar.

“Felizmente não foi nada mais sério, o Helamã acabou enroscando o kite comigo perto da Ilha do Guajiru, a gente conseguiu ajuda e ele ficou bem. É um esporte radical, estamos o tempo todo buscando o limite, é algo que pode acontecer, mas o importante é que ele estava com o equipamento de segurança, destacou Bruno, ao falar do ocorrido antes de receber seu troféu. Uma atitude bastante aplaudida por todos os que participavam da cerimônia de premiação.