Segurança dos velejadores é prioridade no Sol Sertões Kitesurf

Rodrigo Gini

A segurança dos competidores é um dos princípios fundamentais do Sol Sertões Kitesurf desde a primeira edição, em 2021. Como o mar exige respeito mesmo de quem está acostumado a desbravá-lo e conhece seus segredos, reduzir ao máximo os riscos e ajudar os competidores em situações como a saída da água ao longo de uma etapa é prioridade. Uma missão confiada a um time experiente, com papeis bem definidos, que cria uma espécie de ‘corda de segurança’ ao longo de um percurso que em alguns casos supera os 100 km.

No caso dos oito pilotos das motos aquáticas, o trabalho começa bem antes da largada do primeiro competidor. É deles a missão de posicionar as boias com marcação por GPS que servirão de referência no mar, nos pontos de largada e chegada e nos checkpoints intermediários.

Em seguida é a vez de comboiar os atletas, de acordo com a categoria. “Na Foil, por exemplo, os velejadores ficam mais distantes da praia”, destaca Edson ‘Mano’ Raupp, que coordena os jetmans.

Ele reforça que o trabalho coordenado com os resgatistas que se deslocam de kite e os veículos que acompanham o percurso é decisivo para que tudo saia como o esperado. “Com a influência das marés, não conseguimos chegar em alguns pontos com bancos de areia e aí os kites são o meio ideal para atuar. Essa engrenagem envolvendo a moto aquática, o kite e o pessoal na terra é que faz tudo funcionar”.

Experiência

Mano lembra que todos os que comandam as motos aquáticas no Sol Sertões Kitesurf contam com uma longa experiência de navegação, o que inclui o tow-in em ondas grandes e resgates em alto mar. E, igualmente importante, praticam o kitesurf e conhecem bem a modalidade. Alguns deles, inclusive, atuaram no trabalho de apoio às vítimas das recentes enchentes no Rio Grande do Sul.

“Claro que preferimos que ninguém precise do nosso trabalho. Quando passamos despercebidos é fantástico para nós, sinal de que ninguém se machucou. As vezes os competidores andam muito rápido, chegam a 70 km/h quicando no mar, é um esporte radical. O melhor é não precisar agir mas, se for o caso, estamos sempre prontos”, conclui.

De kite

Em conjunto com as motos aquáticas, outros oito resgatistas velejam acompanhando a flotilha para também atuar quando necessário. Todos são instrutores do Rancho do Kite, no Preá, um dos principais kite centers do país e são identificados pelas camisas pretas.

“No decorrer do caminho muita gente perde a prancha, precisa de alguma ajuda, e em alguns casos conseguimos fazer o resgate de forma mais rápida que os jets, entramos na faixa mais rasa, onde há pedras e corais e eles não conseguem chegar”, descreve Sandro Silva, um dos resgatistas.

Editor da revista The Kite Mag, principal publicação internacional sobre a modalidade, e acostumado a acompanhar eventos por todo o mundo o inglês Alex Hapgood, pelo segundo ano no Sol Sertões Kitesurf, não economiza elogios à estrutura de segurança e resgate. “É um esporte com riscos, são longas distâncias todos os dias, trechos com pedras e currais. Por isso é muito bom saber que estamos sendo acompanhados para qualquer necessidade. Eu mesmo precisei ser retirado da água no primeiro dia e tudo funcionou perfeitamente”, disse.