TBT Sertões: conheça a supermáquina que levou a edição 2025 nas motos

A história do maior rally das Américas é escrita pelos homens e mulheres que encaram o desafio desde 1993, e também por suas máquinas. Com o crescimento da prova ao longo dos anos, não demorou a aparecer por aqui o que existe de mais moderno e desenvolvido na modalidade, sobre duas ou quatro rodas.

Como estamos em uma quinta-feira e é dia de TBT Sertões, a volta no tempo desta vez é curta, para a edição 2025 do Sertões Petrobras. Que coroou, nas motos, um dos grandes nomes do esporte na atualidade – o espanhol Tosha Schareina –, no comando de uma supermáquina exclusiva.

A Honda CRF 450 Rally foi desenvolvida pela Honda Racing Corporation (HRC), o departamento de competições da fabricante japonesa, para o time oficial da marca. Com ela, o norte-americano Ricky Brabec conquistou duas vezes o Dakar (2020 e 2024).

Na teoria, a base do modelo é a CRF 450RX, a moto de enduro da Honda. Na prática, no entanto, as duas praticamente nada têm em comum, já que o regulamento de Rally Raid da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) permite uma série de mudanças.

Se o chassi de alumínio em duplo berço está presente em ambas, o da 450 Rally tem ângulos e dimensões definidos praticamente de forma personalizada. Além disso, o sub-quadro, que sustenta a parte traseira, é fabricado em fibra de carbono.

A ideia é que o piloto “vista” a moto, com detalhes como a disposição dos comandos, posição de pilotagem e a ergonomia pensados para suas características (altura, peso). Além de favorecer o desempenho, a ideia é garantir o mínimo de conforto possível para encarar etapas que podem superar os 700 km, entre deslocamentos e especiais.

O tanque dianteiro de combustível e suas carenagens (que protegem também os radiadores) foram projetados especialmente para a CRF 450 Rally, de modo a garantir a melhor distribuição de peso e centro de gravidade possíveis.

Motor

O coração da máquina japonesa é o mesmo motor monocilíndrico refrigerado a água de 449,4cc que equipa toda a linha CRF de competição. Muda, no entanto, o cabeçote, que na moto de rally é o DOHC. O HRC se vale de toda a experiência adquirida no motocross e no enduro para uma preparação que valoriza a entrega de potência e o torque. Vale lembrar que a velocidade máxima é restrita a 170 km/h pelo regulamento da FIM. A Honda divulga apenas que a potência “é superior a 62cv”.

Um imponente escapamento em titânio Akrapovic se encarrega de expelir os gases formados na combustão. E o protetor de cárter, na dianteira, em CFRP (composto de plástico e fibra de carbono) conta com um tanque de água de 3 litros, também exigido pelas regras internacionais.

Suspensões de fábrica Showa e aros DID completam um pacote técnico com peso a seco de 160 quilos. E com valor estimado em quase US$ 300 mil, ou cerca de R$ 1,5 milhão. Neste ano, a Honda lançou uma réplica para equipes privadas, com 50 unidades produzidas e oferecidas entre 35 e 40 mil euros (o que pode chegar a R$ 255 mil).